sábado, 23 de maio de 2009

Até logo, até amanhã, até nunca mais!

Li,
em algum lugar,
como uma saudade
começa a começar...

querem ver?

- Até logo,
não se preocupe,
vou telefonar,
pode esperar.
Penso em nós,
a cada instante...
Lá, chegando,
ja estou telefonando.

Espera - se...espera-se...espera-se,
o tempo perdido,
sem dono,
o telefone mudo,
o silêncio é o tudo,
e o tudo é abandono...

- Meu bem, eu te adoro,
não te esqueço um só momento.
Tu estás no meu pensamento...
Já anotei teu endereço...
Podes deixar, eu não te esqueço!
Vou te escrever
longas cartas, todo dia, toda hora,
amanhã, sempre, sempre, agora...

Chegou o tempo de espera,
todo dia, toda hora...
Por que nada até agora?
E a carta? Que carta?
A carta que custa tanto a testar!
a saudade que ja começa a martelar!

- Meu bem, dia vinte e cinco é o nosso dia...
Acorde pensando em mim,
na nossa melodia...

Mas, quando se vê,
o mês ja passou,
dia trinta ja chegou,
e o vinte e cinco foi um dia qualquer,
tão qualquer,
tão igual,
tão banal,que no dia, ela não se lembrou,
e a sua chegada nem celebrou!

- Vou correndo, quase voando!
Espere um pouco, estou chegando!
Ela precisa de mim...
Ja viu alguem amar tanto assim?

Tempo depois...
Ele parado, indiferente.
Ela sozinha,
dobra a esquina,
tão só, tão somente,
na sua solidão...
Ambos perdidos na multidão.
- Fique calma!Não fique assim...
Olhe bem para mim!
Deixe o tempo passar,
que você, eu vou procurar!

E ela olhando para ele...
A boca pedindo beijo...
- Dias de sem você ja antevejo...
O corpo pedindo abraço...
Tristeza tomando espaço...

Mãos apertando mãos.
Vozes se juntando.
Almas se esfalecendo,
- Vou procurar você...
vou procurar você...

Cantiga nos ouvidos a ressoar...
- Vou procurar você...
Vou procurar você...

Promessas no ar se perdendo!
Calma da noite caindo!
Tempo de estarem juntos se acabou!
E ele, por ela, nunca procurou!

Os anos se foram...
No céu, brilha a mesma lua...
Mais velha, mais sabida.
Quantas coisas viu nessas idas e vindas ?

E nós?
Quando foi que fomos dois em um
tão loucamente?
tão exclusivamente?

Hoje somos um e um,
tão repletos de nenhum!
Tudo passou!
O que foi que ficou?
Até logo,
ate já,
até amanhã,
até um dia,
até nunca mais!

Um comentário:

  1. "Um bom poema é aquele que nos dá a impressão
    de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!" Mário Quintana.

    Lembrei-me dessa frase enquanto lia o seu poema.

    Coincidência?

    Beijoos Cid.

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